Uma frase...

Sessenta por cento de todos os problemas administrativos resultam de ineficácia na comunicação.

Peter Drucker



18 de fev. de 2010

Responsabilidade Social - Interna e Externa




a)Responsabilidade Social Interna
A empresa tem como objetivo fazer acontecer o negócio da empresa, e se o ambiente de trabalho é satisfatório, é comum que os resultados sejam melhores. Criar um bom ambiente de trabalho dentro da empresa é uma responsabilidade da empresa, a responsabilidade social interna.
Debastiani e Bitarello (2005) afirmam que uma empresa socialmente responsável caracteriza-se como tal não somente sendo ética e dando condições de trabalho, mas também criando condições internas de satisfação e realização profissional dos colaboradores.
A Responsabilidade Social Interna consiste em proporcionar um bom ambiente de trabalho, motivando os colaboradores para a produtividade e contribuindo para o bem estar da coletividade. São muitas as maneiras de se desenvolver um bom clima na empresa, exemplos disso são os programas de benefícios sociais, vale alimentação e transporte, assistência médica e social, qualificação, participação nos lucros. Há também os programas de voluntariado, onde os funcionários participam e se sentem valorizados por contribuir e ensinar outras pessoas, que talvez não tiveram o mesmo acesso à cultura, estudo, lazer. Onde disponibiliza-se aos funcionários, terceirizados ou não, boas condições para o trabalho aconteça de maneira prazerosa e produtiva, há retorno para o acionista e para todos da organização. O ambiente muda, a empresa muda, os funcionários mudam. Cria-se um clima onde todos se ajudam, a empresa ajuda o funcionário com investimentos no seu quadro de pessoal e os funcionários retribuem esses investimentos com qualidade na produção, satisfação no trabalho, pontualidade, assiduidade, cumprimento de regras, entre outros.
Ainda conforme Debastiani e Bitarello (2005), após o período de industrialização, influenciado pelo capitalismo, a sociedade começa a perceber os prejuízos causados ao meio e ao ser humano enquanto trabalhador explorado pelas empresas. Essa consciência que surge na sociedade faz com que as empresas também mudem. Estamos em uma era onde há retorno positivo para a empresa se ela reconhecer seu colaborador como parte integrante de seu sucesso, é uma vantagem competitiva. O trabalhador passa a se sentir satisfeito se é reconhecido por seu trabalho, e não trabalha meramente por obrigação, como em épocas anteriores, onde o lucro imperava acima de tudo e de todos
Autores como Dejours (1996) afirmam que as organizações, muitas vezes, são lugares que propiciam sofrimento, tédio, desconforto, desespero, entre outros. Tais sentimentos levam o grupo de colaboradores a perderem o interesse pelo trabalho, causando desmotivação.
Já, conforme Vergara (2005), as pessoas se sentem motivados no trabalho por algo em especial, uns por aspectos econômico-financeiros e o que isso possibilita em termos de aquisição de bens e serviços, outros por aspectos de qualidade de vida no trabalho, bem-estar, reconhecimento, amizades, participação em decisões. Se existem aspectos que trazem benefícios, há a motivação no trabalho e a agregação de valor aos negócios da empresa e, consequentemente, aos acionistas.
O grupo de funcionários de uma empresa sente-se motivado quando a empresa atua socialmente. As ações de responsabilidade social e os trabalhos voltados para o desenvolvimento da comunidade de maneira sustentável, são importantes para a imagem da empresa e, consequentemente, para os funcionários, sentem-se parte integrante desse processo que auxilia outras pessoas que têm maiores necessidades sociais, além de os colaboradores preferirem trabalhar em uma empresa ligada a um projeto social do que em outra que não se orienta nesse sentido; a imagem da empresa melhora, também, para os clientes, fornecedores, parceiros e outros. Muda, também, para os concorrentes; fazer o bem, acaba sendo um fator competitivo.
b) Responsabilidade Social Externa
Quanto à Responsabilidade Social Externa, Melo Neto e Froes (1999) afirmam que o foco está na comunidade, através de ações sociais voltadas, principalmente, para as áreas de educação, saúde, assistência social e ecologia. Visa um maior retorno social, de imagem, publicitário e para os acionistas.
Ainda conforme o autor, atualmente, o empresariado deve buscar continuamente melhorar sua relação com a comunidade, visando alcançar sempre maior justiça social. Isso é necessário para a empresa manter-se competitiva nesse mercado tão acirrado. O desenvolvimento sustentável da comunidade depende do interesse de todos e não poderia ser diferente para a empresa, que usa dos recursos naturais do meio em que se insere, que interfere de uma maneira ou de outra na vida das pessoas dessa comunidade, nada mais justo, então, que contribuir para que essas pessoas que estão ao seu redor, se desenvolvam também, é necessário prover meios para que essas pessoas mais carentes de recursos e oportunidades cresçam sustentavelmente em meio a esse mercado tão capitalista e individualista.
A Responsabilidade Social Externa é composta de desenvolvimento de projetos e programas sociais, parcerias com o governo, ONGs e a sociedade civil, aplicação de recursos em programas de preservação ambiental, capacitação para o trabalho através de programas de voluntariado, entre outros. Os trabalhos nesse sentido dão oportunidades às pessoas da comunidade que, por um motivo ou outro, não tiveram acesso à educação, lazer, cultura, preparação para o trabalho, e isso é bom para todos, a população evolui socialmente, participa de programas de inclusão digital, por exemplo, fator de tanta importância hoje em dia, onde os requisitos mínimos para engajar-se em uma empresa é ter conhecimento de informática, digitação, entre outros. (MELO NETO e FROES, 1999)
Chiavenato (2004) diz que a função social das organizações está em colaborar responsavelmente com o desenvolvimento das pessoas, pois não adianta a empresa representar uma ilha em meio a um oceano de pobreza. Entre uma empresa que adota uma postura de integração social e contribuição para a sociedade e outra voltada para si própria e ignorando o resto, a tendência do consumidor é ficar com a primeira. Consumidores preferem marcas e produtos relacionadas com algum tipo de ação social, desde que tenham preço e qualidade competitivos.

”O consumidor do futuro passará a analisar não somente preço e qualidade dos produtos, mas, principalmente, o comportamento social das empresas fabricantes desses produtos”. Tachizawa (2005, pg.21).


No contexto do marketing, as ações de RSE contribuem para a retenção de clientes. Para Kotler (2000, pg. 70) a chave da retenção de clientes é a satisfação destes. Um cliente altamente satisfeito permanece fiel por mais tempo, fala favoravelmente da empresa e de seus produtos, enfim.

Fontes
-CHIAVENATO, Idalberto. Gestão de pessoas: o novo papel dos recursos humanos nas organizações. 2 ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2004.
-DEBASTIANI, Sandro. BITARELLO, Jucelaine. Balanço Social: um enfoque sobre sua evolução e utilização no panorama brasileiro. Novo Hamburgo: Feevale, 2005.
-DEJOURS, Christophe. Uma nova visão do sofrimento humano nas organizações. In: VERGARA, Sylvia Constant. Gestão de pessoas. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2005.
-KOTLER, Philip. Administração de Marketing: a edição do novo milênio. São Paulo: Prentice Hall, 2000.
-MELO NETO, Francisco Paulo de. FROES, César. Responsabilidade Social e Cidadania Empresarial: A Administração do Terceiro Setor. 2 ed. Rio de Janeiro: Qualitymark, 1999.
-TACHIZAWA, Takeshy. Gestão ambiental e responsabilidade social corporativa: estratégias de negócios focadas na realidade brasileira. 3 ed. São Paulo: Atlas, 2005.

Nenhum comentário:

Postar um comentário